A. Jorge Ribeiro
Honra e proveito não cabem num saco
Textos
Minha primeira carta de amor (para meu novo amor)
 
CBL:

A sua carta, esperada com ansiedade, causou-me uma viva emoção e trouxe-me algumas esperanças.
Não pelas suas frases soltas, mas sim pelo que significa.
Li uma vez e muitas essa carta com a alegria de quem ama e adivinha.
E apesar do cerimonioso ‘Ex-mo Senhor’, apesar da pouca confiança que em mim tem, a ponto de apelar para a minha dignidade, há uma frase em sua carta que diz tudo: ‘com ansiedade aguardo a sua resposta’.
Com mais ansiedade, C., esperava sua carta, com mais impaciência esperava eu o momento de poder dizer-lhe algumas palavras.
Eu não quero falar-lhe do passado, tão triste para mim, sobre ele peço-lhe que se corra a cortina do esquecimento; eu quero falar-lhe do presente apenas.
Tive uma época em que tudo me sorria na vida, amava uma mulher linda, trazia a alma numa alvorada… Depois… você sabe tão bem como eu o que se passou. Porém, apesar de tudo, o meu pensamento não a abandonou um só momento, sabia sofrer sozinho e guardar segredo.
Hoje tudo se modificou, a sua carta traz-me um raio de esperança, de felicidade; mas, ainda não é completa. C., é preciso que não faça renascer em vão esses amores, eu não quero que amanhã se arrependa, que julgue este amor um contra-senso. E para evitar isso, eu pergunto-lhe, C. , se é capaz de dedicar-me uma afeição forte, um amor audaz.
Pense bem e diga-me somente: sim ou não.
Em Santo Tirso, 18 de Janeiro de 2010
Rua da Lezíria nº 12
Antonio Jorge

P.S.
Aguardo impacientemente a resposta e, qualquer que ela seja, pode estar certa que sempre a hei-de amar.
ANTONIO JORGE
Enviado por ANTONIO JORGE em 08/03/2010
Alterado em 08/03/2010
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