A. Jorge Ribeiro
Honra e proveito não cabem num saco
Textos
O ANO QUE NÃO CHEGOU A VELHO

Embora estragado de costumes, o ano de 2009 não chegará a velho.
Quando, em 31 de Dezembro, estiver às portas da morte, não terá mais de 365 dias.
Um ANO muito NOVO, para se poder considerar velho.
(O que dirão, então, de mim?)

À chegada do 2010 vou despejar-lhe canadas de água benta para o exorcisar.
Se o matar por afogamento, também não vai chegar a velho.
No entanto, espero poder oferecer-lhe tremoços.
(As romãs ficam para mim.)

O 2011 sim, esse vai durar uma eternidade.
Espero até casar nesse ano.

Quando o 2008 morreu eu nunca vi tanta gente junta, nem tanto grito e choro, nem faces ensanguentadas e arranhadas, nem barbas depenadas...

Assistir à morte dum ano tão novo prova que há por esse mundo muito tolo mau.
ANTONIO JORGE
Enviado por ANTONIO JORGE em 26/12/2009
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras