A. Jorge Ribeiro
Um homem, quando adrega de apaixonar-se, ou mar ou terra.
Textos
Saudações angélicas


Meu amor fala num Anjo
Muito redondo e rosado.
E eu sempre me constranjo:
Sinto-me menosprezado.
 
Eu anjo, não quero ser
E muito menos anjinho
Fico no ar p’ra te ver
Mas caio devagarinho.
 
O que pensará Satã,
Anjo negro tentador,
Ao colocar na sertã
O desdém do meu amor?
 
O empreiteiro das trevas
Quis casar comigo, um dia:
- A minha alma, não levas,
Lá p’ra tua academia!
 
Temos os dois em comum
Este volitar faceiro
E eu, como barzabum,
Gostava de ser tendeiro!
 
Ando n’alfurja perdido
Quero ser mas é arcanjo
Ter o prazer desmedido
De me não falares no Anjo.
ANTONIO JORGE
Enviado por ANTONIO JORGE em 04/12/2009
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras