A. Jorge Ribeiro
Um homem, quando adrega de apaixonar-se, ou mar ou terra.
Textos
Beira-mar
A linha do horizonte recortam-na penhascos.
Penedias e céus perfuram-nos silhuetas de pescadores de praia.
Dos pescadores crescem canas.
A paisagem é liquidamente estática.
O movimento das ondas cinzentas de cristas brancas é tão antigo que parou.
Quando apagas o cigarro na areia,
num gesto elegante e lânguido,
não pensas no movimento das marés.
A brisa do norte - que amanhã será vento e segunda-feira nortada - ondeia a madeixa ruiva do teu cabelo.
Um cavalheiro ligeiramente calvo e grisalho aproveita a fuga do seu cão enorme para apreciar os seios da loira nórdica, vermelhuscos.
A pequena restinga é admirável quando a maré está vasa, cultivada de imenso canavial humano.

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As mulheres, hoje, fumam constantemente...

Verão/94
ANTONIO JORGE
Enviado por ANTONIO JORGE em 27/10/2009
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