14/10/2009 05h13
Custa mais a mecha que o sebo
O meu companheiro de tantas horas transformou-se num pasquim.
É “lixo impresso, o mais triste de todos os lixos.”
A seu modo, é uma vítima da globalização.
Nascerá um hebdomadário digno, nas economias emergentes, por cada folha que, nesta Europa “rica”, se torna ignóbil?
Mas eu continuo a adorá-lo.
Nele, não tem de morar a virtude. E a superficialidade? E a bisbilhotice? E o sectarismo?
Já há muito, para não morrer de fome, “meteu a coragem debaixo dos joelhos, que pôs em terra, pedindo clemência” ao visa Gold.
Anda a juventude a meter a coragem debaixo dos joelhos! Porque ainda não se deu conta da vergonha da carreira contributiva. Porque ainda não reparou que os empregos para que se preparou já não existem desde há 5 anos!
E o burgo está a ser apoderado pelos velhos que não precisam do “empreguinho”, da “colocaçãozinha”, dumas “horinhas aqui, umas horinhas além”.
Mas os velhos que sarroteiam no jardim, se lhes atrasarem dois dias a pensão de sobrevivência, a sua coragem não vale um cigarro fumado.
Lêem na praça o meu pasquim, atulhado com os políticos (que são volumosos).
Mas ainda assim reserva sempre algumas linhas às minhas caturrices.
Como o adoro!
Publicado por ANTONIO JORGE
em 14/10/2009 às 05h13