A. Jorge Ribeiro
Um homem, quando adrega de apaixonar-se, ou mar ou terra.
Meu Diário
08/10/2009 14h06
Pão bolarento por dentro e cordas de viola por fora
Vivo o dia de hoje muito feliz.
Sou quinquagenário e, vai não vai, estou sexagenário.
Portugal tem vivido quase meio ano de suspensão eleitoral.
Considero que o acto de escolher um governante ou um autarca deveria decorrer pelo menos durante uma semana.
As pessoas deveriam poder voltar atrás, corrigir a opção, até votar mais do que uma vez para o mesmo órgão político, durante uma semana inteirinha, de segunda a domingo... ou mais!
Os governos das nações deveriam esforçar-se por proporcianar ao povo muitas e boas horas de lerda pachorra.
Mas, só porque as pessoas vivem tão assoberbadas que não lhes sobra tempo para terem bom gosto, é que escolhem desta maneira estes governos. 
Há cem anos (e há duzentos anos) dizia-se: "o ministério (governo) está entalado entre o Banco de Portugal e a dívida activa, e a dívida passiva, e a dívida flutuante".
Hoje continuamos a viver entre dívidas, a menos que nos sentemos no banco do jardim, arredando o cãozito vadio, e admitamos que todos os animais foram criados por Deus, excepto o camelo que foi resultado de um grupo de trabalho.
(Devo esta ao meu consultor de economia)
A sociedade é um monstruoso (enorme!) negócio, tratado com panos quentes.
Quem tiver saudade dos tempos antigos lembre-se que, antes da internet, os homens para o seu nome - e a fama, e a glória - vir no jornal, arruinavam-se; as mulheres, desonravam-se; os políticos, desmanchavam a boa ordem do Estado; os sábios, alardeavam teorias mirabolantes!
Leiam Eça.
Publicado por ANTONIO JORGE
em 08/10/2009 às 14h06
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